Os Principios de Treinamento Weider - Parte 2
PRINCÍPIOS DE TREINAMENTO PARA
INTERMEDIÁRIOS
Muscle Priority Training Principle (Princípio
do Músculo Prioritário)
Esta é outra técnica que pode ser aplicada
quando se tem algum grupo muscular mais fraco e que precisa ser mais
desenvolvido, neste caso, o que se faz é priorizar este músculo. Isto é feito
colocando-se os exercícios que atuam sobre este músculo logo no inicio do seu
treino. Esta técnica permite que você consiga atingir um grau maior de
intensidade na execução do exercício, uma vez que o suas reservas de energia
ainda estão elevadas no início do treino, desta forma um maior número de fibras
musculares poderão ser recrutadas do músculo prioritário. Por exemplo, se seus
ombros são deficientes em relação a seus braços ou peito, inicie sua série ou
rotina com os exercícios para ombro, por exemplo, com o desenvolvimento com
halteres, a remada alta e o levantamento lateral, isto antes de você fazer
qualquer exercício para outro grupo muscular.
Piramiding Training Principle (Princípio
da Pirâmide)
Este princípio é um dos mais conhecidos, ele consiste
em se utilizar cargas crescente em cada série de um exercício programado com
múltiplas séries. A justificativa para este procedimento é que não se consegue
iniciar um exercício com a carga mais alta possível e realizar o número de
repetições necessários para causar o maior estímulo. Além disso também não é
seguro, porque o músculo ainda não está suficientemente aquecido e o risco de
contusão é alto ao se proceder assim. As cargas das primeiras séries devem ser
menores e ir aumentando a cada série, de forma a preparar o músculo para o
estimulo máximo na última série. Joe Weider sugere começar com 60% da carga
máxima (1 RM), ou seja, com a qual você poderia fazer de 12 a 15 repetições,
então incrementá-la nas séries seguintes até chegar a 80%, carga com a qual
teoricamente você conseguiria fazer de 5 a 6 repetições. Este princípio é
particularmente aplicável no primeiro ou nos primeiros exercícios de um
conjunto de exercícios para um grupo muscular, pois a necessidade de cargas
crescentes a cada série vai diminuindo à medida que o treino avança e o músculo
já está mais aquecido.
Split System Training Principle (Princípio
de Divisão do Treino)
Este é um dos princípios que é melhor se usar o nome
em inglês. O Split System consiste em dividir a rotina em duas partes. Ao invés
de treinar o corpo todo em uma única sessão três dias por semana, se divide a
rotina em duas partes, uma para a parte inferior do corpo, que inclui pernas e
quadril, e outra para a parte superior, que inclui tronco e membros superiores,
e se treinar cada uma delas em dias separados. O fato de dividir o treino
permite ao atleta acrescentar mais exercícios e/ou séries para as partes do
corpo que serão treinadas naquele dia, com isto ele consegue trabalhar mais
aquele grupo muscular. Com esta técnica, mantida a mesma duração do treino de
corpo inteiro, o você pode dobrar o volume de trabalho realizado caso consiga
treinar seis dias na semana, mas dependendo da intensidade do treino talvez você
não consiga se recuperar o suficientemente para fazer os seis treinos semanais
com o mesmo nível de energia de um treino de corpo inteiro, que lhe dava um dia
inteiro de descanso entre um treino e outro. Para ter um ganho de pelo menos
30% no volume de treinamento em relação ao tradicional treino de corpo inteiro
três dias por semana, você teria que treinar pelo menos quatro vezes na semana
neste esquema.
Flushing Training Principle (Princípio
da Irrigação Muscular)
Este princípio é bastante conhecido da
maioria dos atletas de fisiculturismo que o aplicam com muita freqüência. Ele
consiste em realizar mais de um exercício para um mesmo grupo muscular antes de
passar para outro grupo. Este procedimento mantém o fluxo de sangue no músculo
por mais tempo congestionando-o e proporcionando aquela sensação de inchaço no
músculo. Hoje em dia quase sempre se faz mais de um exercício por grupo
muscular, justamente porque, normalmente, com apenas um exercício não se atinge
este nível de irrigação sangüínea ideal. Apesar do fato do músculo permanecer
mais tempo sendo irrigado e aumentar de volume transitoriamente, não significa
que com apenas um exercício e sem alcançar este mesmo efeito não se vai
conseguir o estimulo necessário para a hipertrofiar o músculo. Não há
comprovação cientifica deste fato, mas com certeza a sensação do músculo
congestionado é um fator de motivação psicológica para atleta, que ao atingir
aquele ponto sabe que treinou bem aquele músculo.
Supersets Training Principle (Princípio
das Super-Série)
O princípio das super-séries também é bastante
conhecido, ele consiste em alternar séries de dois exercícios para músculos
antagônicos, praticamente sem descanso. Por exemplo, você faz uma série de
rosca direta para bíceps e em seguida realiza uma série de extensão do cotovelo
para o tríceps. Alguns estudos afirmam que esta técnica tem como um de seus
benefícios acelerar o processo de recuperação dos músculos envolvidos quando
comparado com a realização dos mesmos exercícios separadamente. Esta é uma
ótima técnica para aumentar a intensidade do treino, pois o atleta consegue
realizar dois exercícios no intervalo de tempo em que faria apenas um. Este
princípio tem como efeito colateral o de reduzir o efeito do princípio da
irrigação muscular, pois ao trocar o músculo trabalhado o fluxo sanguíneo se
reduz no músculo exercitado na série encerrada e aumenta no músculo exercitado
na série em curso.
Compound Set Training Principle (Princípio
da Série Composta)
Este princípio consiste em realizar séries alternadas
de dois exercícios diferentes, mas tendo o mesmo grupo muscular com foco,
diferindo neste ponto da super-série, que é para músculos opostos. Uma série
compostas pode ser, por exemplo, você fazer uma série de supino e imediatamente
executar uma série de crucifixo e assim para todas as demais séries destes
exercícios. Outro exemplo é fazer uma série de tríceps com corda no pulley
alternada com uma série de rosca tríceps deitado no banco. Não consigo ver
grandes vantagens nessa técnica além dela permitir criar uma variação para
contribuir para o princípio da confusão muscular.
Holistic Training Principle (Princípio
Holístico)
Este princípio prega que você deve condicionar o seu músculo de todas as formas possível, trabalhando os diferentes tipos de fibras, pois segundo Weider, procedendo assim você vai obter o máximo condicionamento e desenvolvimento muscular. A maneira de se aplicar este princípio é trabalhar o músculo na maior variedade de faixa de repetições possível, desde 1 repetição para treinar a força máxima até 20 ou mais para ganhar resistência, e se possível também incluir exercícios aeróbios.
Cycle Training Principle (Princípio
dos Ciclos de Treinamento)
Este a mesma técnica conhecida como
periodização do treinamento. Ela prega que ao longo do ano você deve alternar
entre fases de treinamento visando o ganho de massa muscular e força, com
predominância de exercícios compostos, cargas elevadas, baixo número de
repetições e maior intervalo de descanso entre séries, e fases em que o foco é
a definição e o refinamento da musculatura, em que se utilizam mais exercícios
de isolamento muscular, pesos menores com mais repetições e menor intervalo de
descanso entre as séries. Segundo Weider este procedimento contribui para
prevenir lesões musculares e continuar crescendo, pois descansa o músculo de
ser submetido durante muito tempo a um mesmo tipo de estimulo, no caso o de
impor-lhes constantemente cargas altas e crescentes. Este é um procedimento que
muitos dos adeptos da escola antiga (old school) discordam, pois eles pregam
que o que rege o desenvolvimento muscular é o princípio da sobrecarga, e se
você durante um período parar de tentar incrementar suas cargas também vai
parar de progredir. Entendo que no caso de fisiculturistas que competem, a
mudança no tipo de treinamento é necessária na fase pré-competição e mesmo que
quisesse o atleta teria dificuldade de superar suas marcas devido ao alto
volume de treino e a dieta com restrição calórica deste período. Mas no caso de
atletas de powerlifitng, weigthlifiting e strongman não há esta necessidade, a
menos que o atleta esteja com peso acima da sua categoria e precise baixar, mas
mesmo assim a maioria dos atletas destas modalidades fazem treinamento
periodizado. Outra coisa, também não há comprovação cientifica de que o músculo
precise deste tipo mudança ao longo do ano para evitar lesões e continuar
crescendo.
ISO-Tension Training
Principle (Princípio
da ISO-Tensão)
Este princípio consiste em exercitar os músculos
através de contrações voluntárias, flexionando e estendendo lentamente os
músculos e mantendo-os tencionados por alguns segundos (3 a 6 segundos) no
ponto de contração máxima. São exercícios que aprimoram o controle muscular, é
uma combinação de exercícios isotônicos, isométricos e isocinéticos, muito
similar ao método de Charles Atlas da Tensão Dinâmica (Dynamic-Tension), a
diferença é que neste usa-se músculo contra músculo, e no princípio da
ISO-Tensão não há esta necessidade de impor uma resistência com outro músculo.
Uma forma de aplicar esta técnica é executar as poses tradicionais ou aquelas
que a sua criatividade permitir. Treinos com rotinas de ISO-Tensão são úteis
para os fisiculturistas competitivos, pois permitem melhorar o controle
muscular, aumentar a resistência física e a capacidade de contração isométrica
exigidas para posar num palco. Vejo um outro benefício nesta técnica e na de
Charles Atlas, que é, no caso do atleta estar impossibilitado de se exercitar
com pesos ele poder usá-la temporariamente para evitar uma atrofia muscular
muito grande.
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